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Aspectos do Trauma Infantil

O trauma infantil sempre foi algo pouco falado, no entanto, atualmente esse cenário tem mudado bastante. Segundo uma publicação da OMS (Organização Mundial da Saúde) de 2016, a pesquisa Inspire - sete estratégias para por fim à violência contra as crianças. Cita que dentro de 96 países, onde ocorreu o levantamento de dados para essa pesquisa, cerca de um bilhão de crianças, ou seja, mais de 50% das crianças entre 2 e 17 anos de idade, já sofreram ou ainda sofrem violência psicológica, física ou sexual no ano anterior a esse levantamento.

Segundo especialistas, a infância é o período onde a maioria dos traumas ocorrem e, geralmente, atingem em maior número as meninas, por serem mais vulneráveis e alvos frequentes da violência sexual. Desta forma, se analisarmos em uma escala global as meninas são as maiores vítimas de abuso e violência sexual (segundo a pesquisa Inspire). No entanto, as meninas não sofrem sozinhas, pois, no que se refere ao abuso sexual 18% das vítimas são meninas e 8% são meninos e em outros tipos de abuso, como o abuso físico, o número entre os meninos também aumenta.


Qualquer forma de violência deixa marcas, especialmente quando são cometidas contra crianças, e nessa fase de desenvolvimento muitos jovens e crianças estão sujeitos a sofrerem de transtornos psíquicos, seja por conta de fatores externos, internos e ou genéticos.


Alguns dos transtornos mais comuns que ocorrem com crianças e jovens que sofreram algum tipo de trauma são: TEPT (Transtorno de Estresse Pós-traumático), ansiedade, depressão, TOC e fobias, que em alguns casos são erroneamente confundidos com birras.


No livro “O menino Criado Como Cão”, o autor e psiquiatra infantil Bruce D. Perry relata vários casos que acompanhou ao longo de sua carreira, e nesse livro reúne uma coletânea de histórias verídicas sobre os traumas que acompanhou como médico, e que foram causados por fatores externos em jovens e crianças. O doutor Bruce afirma que os traumas podem causar o TEPT e outros transtornos ou sintomas como: medo excessivo, dificuldade escolar, isolamento social, problemas do sono, agressividade, tristeza excessiva etc.


Alguns desses traumas perduram até a vida adulta do jovem ou da criança. Sendo assim, a maioria desenvolve algum sintoma ou transtorno gerado como resposta à violência e ou desastre natural que sofreram no passado.


O tratamento ideal seria acompanhamento com psicólogo ou psiquiatra, ou ambos. Criar um ambiente seguro também ajuda, pois, a criança/jovem deve se sentir fisicamente e emocionalmente seguro, terapias ajudam bastante e são extremamente necessárias e, às vezes, medicação quando for necessário, mas sempre seguindo a orientação de um médico especialista no assunto.


Lidar com traumas e transtornos quando se tem pouca idade não é o que desejamos aos nossos filhos, porém, ter um olhar atento as atividades, companhias e ações das crianças é uma dica infalível para evitar alguns danos. Atente-se ao seu filho, converse com ele e cuide da saúde mental e física dele sempre, só assim poderemos criar crianças sadias para se tornarem adultos saudáveis.


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