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O feminino ligado ao Cristo Universal

Veja como a feminilidade pode estar presente nos mistérios cristãos.

A pietà

No Capítulo 10 do livro “O Cristo Universal”, o autor Richard Rohr discorre sobre um assunto

polêmico: A encarnação feminina, Rohr destaca como segundo a Bíblia a figura de Maria está presente na religião católica, apesar do patriarcado e como ela possui uma inegável ligação com o divino e o feminino.


A perspectiva de Rohr é vista como nova e polêmica, pois todos sempre viram a figura de Deus como algo masculino. E, neste capítulo, ele analisa e afirma que Cristo está além dos gêneros, e que sua divindade está acima do que é masculino e feminino, apesar de Jesus ser do gênero masculino.


Um fato de destaque é que a figura da mulher apresentada na bíblia teve muitas representantes, mas Maria a mãe do filho de Deus, foi a única a receber várias denominações. Ela não aparece nas escrituras do Novo Testamento com frequência, porém, é a figura feminina mais venerada por cristãos de todo o mundo e está presente nas escrituras do Antigo Testamento.


Segundo Rohr a figura de Maria é amplamente retratada em quadros, esculturas e construções de igrejas com uma assiduidade enorme. De acordo com o pensamento de Carl Gustav Jung, citado neste capítulo, a figura de Maria é um arquétipo rico em vários significados como, por exemplo, pode ser associada à figura da Mãe e também a Gaia (a Mãe Terra). A figura de Maria se destaca pela forma que é exaltada, apesar de ser uma mortal e se assimilar a cada um de nós meros humanos.

Por isso, por ser polêmica e vista como não divina o suficiente, que até a ascensão de Maria aos céus foi alvo de uma dúvida, gerando assim uma pesquisa do Vaticano em 1950, a fim de confirmar a doutrina de sua ascensão.


A igreja católica pesquisou e aprovou tal doutrina, pois grande parte da população católica mundial já acreditava nessa afirmação, apesar de a ascensão gerar dúvidas por ser representada apenas no livro do Apocalipse e de fornecer diversas interpretações. No entanto, o que valeu foi a interpretação da grande maioria. Sendo assim, foi confirmado pelo Vaticano que Maria foi levada aos céus por seu filho após sua morte. Ou seja, apesar de ser humana e possuir aspectos divinos, também é considerada santa e a doutrina foi postulada.


Por esse e outros motivos que o autor ilustra no capítulo 10 a tese de que a primeira encarnação foi de Maria e a segunda encarnação foi de Jesus. Ele usa de exemplo as imagens onde a virgem aparece com seu filho no colo, como uma espécie de confirmação do seu sim a Deus. De acordo com ele:

“O símbolo de Maria reuniu os dois mundos díspares da matéria e do espírito, da mãe feminina e da criança masculina, da terra e do céu, quer gostemos disso ou não.”

Por fim, quer muitos gostem ou não, não podemos deixar de falar em Cristo sem mencionar a figura de Maria. Figura que foi mulher, mãe e santa, além de possuir força e representatividade feminina no contexto católico.

Gostou do texto? Leia mais sobre no livro "O cristo universal".

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